28 de março de 2024

Socioeducandos da Funase de Arcoverde lançam livro na Bienal de Pernambuco

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Dois adolescentes de 17 anos participaram do lançamento de “Diário da tranca” na XIII Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, no Centro de Convenções, em Olinda. A obra, escrita por eles e mais 16 socioeducandos em internação na unidade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) em Arcoverde, no Sertão, fala de percepções desse público sobre a privação de liberdade, de sentimentos sobre a vida e a família e do deslumbramento por descobertas vivenciadas a partir da leitura.

“É um livro cheio de emoções e algo que é baseado na nossa realidade. Antes, eu estava preso. Agora, eu sou escritor. Isso é muito inspirador pra mim”, testemunhou Murilo (nome fictício), que participou do projeto dentro do Case/Cenip Arcoverde, a unidade da Funase no município, e, atualmente, já está em liberdade. O outro socioeducando, Ricardo (nome fictício), ainda está em atendimento pela Funase. Ele destacou a representatividade de ser inserido em um espaço como a Bienal. “Só o fato de não ser chamado de marginal, e sim de escritor, muda tudo. Fiquei feliz, porque não sabia que eu podia escrever um livro”, declarou.

A obra, que, antes de chegar à Bienal, foi também lançada em Arcoverde, em agosto deste ano, teve organização da pedagoga Jedivam Conceição, servidora da unidade local da Funase. A produção do livro ocorreu no âmbito do projeto Clube Castelar, implantado em parceria com o Judiciário, em setembro de 2020, com o objetivo de promover ações de estímulo à leitura dentro do Case/Cenip Arcoverde. “Não quisemos que fosse um livro para os meninos, mas feito por eles. O projeto traz muito isso: as diversas visões dos adolescentes que estão na Funase. Foram 18 autores e 18 percepções sobre como é estar ali”, detalhou Jedivam.

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