19 de abril de 2024

Defesa de Lula acusa procuradores de interferência em processo sobre parcialidade de Sergio Moro

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A defesa de Lula enviou nesta segunda-feira (05) uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que questiona a atuação de procuradores da Lava-Jato no julgamento sobre a parcialidade de Sergio Moro. Os advogados do petista apontam que os membros da extinta força tarefa de Curitiba tentam interferir em uma ação que já foi decidida pela Segunda Turma da corte. No dia 23 de março, o colegiado decidiu que Moro foi parcial no caso do tríplex, por 3 votos a 2.

O documento foi encaminhado ao ministro Gilmar Mendes, que se tornou relator do processo da suspeição de Moro e de seus desdobramentos. Nele, a defesa de Lula acusa os procuradores de atuarem indevidamente ao enviar um memorando a 11 ministros do STF para defender a anulação da suspeição do ex-juiz. O memorando é assinado pelos advogados dos procuradores.

A Gilmar Mendes, a defesa de Lula alega que os integrantes da extinta força-tarefa sequer podem atuar neste e em outros casos que tramitam no STF, já que essa competência é do procurador-geral da República. Eles afirmam também que tal postura reforça que os investigadores “jamais agiram ‘desinteressadamente’ em relação” a Lula e que estavam “a reboque” de Moro. Os advogados pedem ainda que a atuação dos procuradores seja apurada pelo Ministério Público Federal.

“Como se verifica nestes autos, os membros da força-tarefa, nos casos relacionados ao aqui Paciente (Lula), sempre agiram a reboque do então juiz Sergio Moro, ora como executores de suas orientações processuais […] E agora pretendem defender direito alheio em nome próprio — defender o ex-juiz Sergio Moro de sua suspeição já selada por essa Suprema Corte, o que é inadmissível sob qualquer enfoque”, escreveram os advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins. 

Na petição, eles também reiteram o pedido feito na semana passada para que o STF declare Moro suspeito nas outras ações que estiveram sob sua condução, como o caso do sítio de Atibaia.


Por Bela Megale/O Globo

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