29 de março de 2024

Mercedes explica discussão de estratégia com Hamilton por rádio em Miami

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Andrej Isakovic - Pool/Getty Images

Estrategista do heptacampeão, Peter Bonnington perguntou ao piloto durante safety car na volta 41 se ele desejava fazer uma nova troca de pneus

Lewis Hamilton fez mais uma corrida abaixo das expectativas da Mercedes neste domingo, no GP de Miami. Largando em quinto lugar, o britânico pouco avançou e ainda perdeu a deixa para um novo pit stop sob o safety car acionado após a batida de Pierre Gasly em Lando Norris, na volta 41. O heptacampeão chegou a ser questionado por seu estrategista Peter Bonnington e James Vowles, estrategista-chefe, se gostaria de fazer a troca de pneus. A equipe alemã explicou a situação.

– Foi uma decisão tomada pelas duas partes. Lewis estava em apuros, mas teve que tomar uma decisão: mantenho minha posição na pista com pneus duros, ou coloco pneus macios? Isso teria sido difícil. No final, ele não teve sorte com o safety car, e não foi a primeira vez nesta temporada – comentou Toto Wolff, chefe da octacampeã de construtores.

Hamilton já havia substituído seus pneus médios pelos duros na volta 22. A pergunta veio após George Russell, que largou de compostos duros e os trocou com 40 voltas, aproveitar a bandeira amarela para substituir seus pneus com a estratégia inversa ao do companheiro de equipe.

Voltas antes, Russell havia alertado seus engenheiros que não havia necessidade de parar cedo e optou por esperar até um incidente ou um safety car – o que aconteceu no terço final da corrida.

Após informar o incidente envolvendo Norris e Gasly, Bono (como o britânico chama seu engenheiro) perguntou a Hamilton sobre a situação dos pneus do heptacampeão e comunicou que Russell se direcionou aos boxes.

– Nós poderíamos entrar e voltar atrás de George – acrescentou.

Em seguida, o engenheiro avisou que Hamilton possuía 19 voltas em seus atuais pneus duros, no momento em que James (Vowles) aparece no rádio para informar o heptacampeão:

– Nós recomendamos que você não entre, mas a escolha é sua. Precisamos decidir agora.

A conversa com Peter Bonnington seguiu e, enquanto o engenheiro britânico falava sobre possíveis cenários em uma parada de Hamilton, o piloto respondeu:

– Você é quem me diz, cara. Não me faz escolher. Você acha que eu posso? Não quero perder uma posição.

Por fim, Bono recomendou que o veterano ficasse na pista; em retorno, Lewis previu que perderia “uma posição para George (Russell)”.

Após a prova, Hamilton questionou, apesar do tom de brincadeira, a pergunta feita a ele pelos estrategistas da Mercedes. Ele chegou em sexto lugar na prova, atrás de Russell.

– George se integrou muito bem. É quase como se ele sempre estivesse aqui. Estou muito feliz com o respeito que os dois se tratam, mesmo em uma situação como hoje, na qual se enfrentaram – avaliou Toto Wolff.

Golpe de sorte?

Dessa vez, a disparidade nos carros de Hamilton e Russell pareceu atenuada, mas as estratégias e a decisão de esperar pelo safety car fizeram a diferença nos resultados da dupla da Mercedes. Superando o companheiro mais experiente pela quarta vez em cinco provas, o piloto do carro 63 minimizou o acerto:

– Houve alguma sorte envolvida. Quando algo assim acontece, você parece um gênio, mas é assim quando você usa táticas diferentes. Não havia razão para parar naquela hora. Dava pra esperar até que algo acontecesse.

Enquanto Hamilton movimentou-se menos na prova, Russell partiu de 12º e ganhou sete posições para cruzar a linha de chegada entre os cinco primeiros. Sua média de chegada neste começo de campeonato é do quarto lugar, em cinco provas.

Hamilton e Russell chegaram a duelar diretamente nos últimos instantes da prova em Miami, mas no fim, foi o jovem piloto quem levou a melhor sobre o companheiro – embora tenha, em dado momento, deixado o heptacampeão passar à frente.

– A pista estava suja fora da linha de corrida. E estamos falando de uma curva a qual não dá nem pra saber, do cokcpit, onde a pista termina. Lewis não teve sorte. Se você pilota com pneus duros com 20 voltas, não dá pra fazer muita coisa – explicou Russell.

E o heptacampeão reforçou a fala do colega da Mercedes, ressaltando sua vantagem devido à situação dos pneus:

– George tinha pneus novos, então eu fui um alvo fácil. E olhando para trás, talvez os pneus duros fossem as melhores opções. Poderíamos ter largado com eles também. Mas, novamente, George se saiu bem de onde começou e marcou pontos.

Russell permanece em quarto lugar no campeonato de pilotos liderado por Charles Leclerc, com Hamilton na sexta colocação. Já a Mercedes é terceira no Mundial de Construtores, atrás da RBR e a líder Ferrari. A próxima etapa da F1 será em duas semanas no GP da Espanha, em 22 de maio.

 

Globo Esporte

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